A JUSTIÇA
Com pés sangrando pelos tribunais,
olhos queimados em vigílias longas
em busca da justiça sem delongas
não me é possível ocultar meus ais.
Árduo labor, após tão duras lutas,
não sei o que é a justiça com certeza,
se vem da lei ou vem da natureza
para abrir as tenazes das disputas.
Deusa encoberta, sirvo-a com denodo
entre nuves de sonho ou inconformado,
com a alada confiança de um rapsodo,
contando não ouvir em meu caminho,
o lamento de Rui, desconsolado:
a última palavra é do meirinho.
Autor: Miguel Reale, 06-11-1910 / 14-04-2006.
MATOS, Miguel (org.). LÍRICA DO DIREITO: Antologia de Versos Jurídicos. Migalhas. Ano 2 n. 2
Nenhum comentário:
Postar um comentário