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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Fw: Poesia na Companhia: e-books gratuitos de Carlos Drummond de Andrade


Assunto: Poesia na Companhia: e-books gratuitos de Carlos Drummond de Andrade

"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo"
Poesia na Companhia
"Tenho apenas duas mãos/ e o sentimento do mundo", escreve Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas mais célebres. E segue: "Os camaradas não disseram/ que havia uma guerra/ e era necessário/ trazer fogo e alimento./ Sinto-me disperso,/ anterior a fronteiras".

Até o dia 7 de abril, os leitores terão acesso gratuito a cinco e-books de um dos principais poetas – e cronistas – da língua portuguesa de todos os tempos. Nesta seleção de livros em prosa e verso, o autor de A rosa do povo, atento às questões políticas e sociais, usa como matéria-prima o tempo presente. E, com engenho magistral, se mantém mais atual do que nunca.
 
E-books gratuitos - Drummond
Sentimento do mundo: um dos títulos mais memoráveis da poesia brasileira, o livro publicado em 1940 traz as observações de Drummond às marcas do tempo, na época em que o nazismo ascendia e o Estado Novo se estabelecia.

Fala, amendoeira: lançado em 1957, o volume reúne crônicas escritas para o jornal Correio da manhã sobre temas variados, como cinema e política.

Os dias lindos: reunião de colunas publicadas no Jornal do Brasil, o livro traz crônicas, textos de circunstância e pequenas narrativas.

Caminhos de João Brandão: lançada em 1970, a obra perfila crônicas escritas para o Jornal do Brasil que retratam os principais acontecimentos no país durante as décadas de 1950 e 1960.

70 historinhas: publicado em 1978, este conjunto de textos em prosa mistura contos e crônicas, marcados pelo humor e pela delicadeza.

 
 
Carlos Drummond de Andrade
Poema da necessidade

É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbedo,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o FIM DO MUNDO.
Congresso internacional do medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

 
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